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Rosário Claretiano

Santo Antônio Maria Claret fala da devoção do Rosário, cuja propagação lhe mereceu o título de apóstolo do século XIX: "Pode-se dizer que o Rosário é um compêndio da nossa sacrossanta religião, porque consta de seus principais mistérios e quem o reza inteiro, recorda e medita em um dia o que a Igreja celebra em suas festas no ano inteiro" (A Colegial Instruída, Barcelona, 1863, p. 177).

(Depois da enunciação de cada mistério e de uma citação bíblica são apresentados alguns comentários do Padre Fundador).

“Veneremos com amor filial a Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, associada com todo coração à obra salvífica do seu Filho, quer com o culto litúrgico, quer com os exercícios de piedade recebidos da tradição, como o santo Rosário e outros semelhantes”(CC 36). Deve-se rezar em particular quando não se faz em comunidade. (Dir 87).

Mistérios gozosos (segunda-feira e sábado)

Primeiro mistério:
O anúncio da encarnação do Filho de Deus (Lc 1,26-38).

  • O Verbo se fez carne,  para que toda carne fosse salva por Ele.
  • Na Encarnação, resplandece a imensa glória de Deus e o destino do homem. Quem procura Deus e não o encontra é porque O procura onde não está. Deus está em Maria: Dominus tecum.
  • O Filho de Deus encarnou-se porque o abrasava o zelo da glória de Deus e a salvação das almas.
  • Com o imenso e adorável mistério da Encarnação, o Filho de Deus não só salvou, mas também enobreceu, quanto era possível, a natureza humana e, na natureza humana, a criação inteira, posto que o ser humano é uma síntese de toda a criação.

Segundo mistério:
A visita de Maria à sua prima Isabel (Lc 1,39-46).

  • Em todas as visitas que fazes, imita Maria: edifica com o teu testemunho e exerce a caridade.
  • Recorda: todo bem que tiveres feito ao próximo ser-te-á restituído um dia pelo Senhor, como se o tivesses feito ao próprio Senhor.
  • Acredita nisso: não é preciso fazer tanto barulho com as palavras: fala com o exemplo, e teu ensinamento será eficaz.
  • Podemos e devemos amar-nos, cientes de que Maria está da nossa parte: como canal de graça, ela nos ampara,  e, como “Torre de Davi”,  ela nos dispensa força e valor.
  • O mundo é como um terreno, Deus é o Senhor, Maria é o canal escolhido por Deus para tornar fértil o terreno. Maria situa-se entre Deus e nós, e com sua proteção nos mantém.

Terceiro mistério:
O Natal - o nascimento do Filho de Deus (Lc 2,1-20; Jo 1,14).

  • O ser humano, sem Cristo Jesus, teria sido ainda mais desgraçado que um mundo sem sol.
  • Maria é a Mãe de Deus. Desta sublime, incomunicável e singular dignidade provém e se desenvolve a maravilha de todos seus títulos.
  • A infância é o tempo de semear. Quem deseja colher, primeiro deve ter semeado com abundância.
  • Se a raiz é santa, santos serão os ramos.
  • Que língua poderá proclamar, que mente perceber a sublime dignidade a que foi elevada a Virgem Maria?! Virgem única entre as virgens, escolhida como Mãe de Deus!

Quarto mistério:
A apresentação de Jesus no templo (Lc 2,22-35).

  • Possa todo filho ver na mãe as virtudes nas quais a mãe o educa, e nunca encontrar na mãe os defeitos que a mãe nele corrige.
  • Viveremos sempre na alegria, se vivermos fielmente de acordo com a vontade de Deus, abandonando-nos nos braços da Virgem Maria, nossa mãe carinhosa.
  • Aprende de Jesus e de Maria como é necessário e útil conformar-te às disposições e preceitos da Igreja. Maria e Jesus cumprem o que não tinham obrigação de cumprir. E tu, por que te eximes de tuas obrigações cristãs?
  • A cruz precede toda procissão; a humildade, todas as virtudes.
  • A verdadeira glória é como a sombra: foge de quem a procura e acompanha a quem dela foge.

Quinto mistério:
Os pais encontram Jesus entre os doutores (Lc 2,41-52).

  • O amor é como o fogo que queima e tudo transforma em fogo. Quem ama nosso Senhor Jesus Cristo transforma em amor tudo o que faz, o que diz, o que pensa, o que sofre.
  • Como Maria e José, vamos procurar Jesus. Foi no templo que O encontraram - tratemos de procurá-lo também no templo, na capela, na oração.
  • José e Maria não tiveram descanso enquanto não encontraram Jesus. Procure-O sem cessar, e também tu O encontrarás.
  • Por meio de Nossa Senhora o prisioneiro recupera a liberdade, o enfermo a saúde, o deprimido a alegria, o pecador o perdão, o justo a perseverança.
  • No universo cristão Jesus é a mente, Maria é o coração.


Mistérios de dor
(terça e sexta-feira)

Primeiro mistério:
A oração de Jesus no horto (Lc 22,39-46; Jo 18,4-5).

  • Contempla Jesus no horto. Ele sofre tristeza e agonia. Se perguntas pela razão de tanta dor, Ele te olhará nos olhos.
  • Confiança! Ânimo! Tempestades e furacões não duram sempre. Depois da tempestade vem a bonança.
  • Duas coisas iluminam o caminho para a santidade: o empenho por conhecer a vontade de Deus e a determinação em cumprir até as últimas conseqüências a vontade de Deus que se conheceu.
  • Por acaso foi para gozar a glória do mundo que vos fizestes cristãos? - Levai o nome de Cristo; contemplai a Jesus Cristo, portanto.
  • Jesus é vencedor pela obediência e pela humildade. Dele aprendemos quanto valem a obediência e a humildade.

Segundo mistério:
A flagelação de Jesus atado a uma coluna (Mt 27,27-32; Jo 18,38-40;19,1).

  • Nu, amarrado, humilhado, é cruelmente flagelado o inocente por excelência, Aquele que não cometeu pecado algum!
  • Se é certo que o inocente é convidado a sofrer por um espaço de tempo, é também certo que brilhará depois com um grande esplendor, e todos, sem exceção, louvarão o seu nome.
  • Procuremos imitar nosso Senhor Jesus Cristo, que rezou pelos seus perseguidores.
  • Quem vive no espírito de Cristo, considera a adversidade instrumento de purificação e santidade.


Terceiro mistério:
A coroação de espinhos de Jesus (Mc 15,16-20).

  • As obras de Deus são como as rosas: cada rosa precedida de espinhos ensina que quem rejeita sofrimento não merece alegria.
  • Tu, perseguido e desprezado e caluniado, tem paciência e cala: imita o bom Jesus. Assim conseguirás a coroa da glória.
  • Enquanto muitos têm Jesus como falso rei e  continuam a ignorar sua mensagem, tu reconhece-O como Rei verdadeiro e vive os preceitos de seu Evangelho.
  • Construirei uma capela no íntimo do meu coração e nela, dia e noite, adorarei o meu Rei e Senhor.
  • Maravilhoso viver na presença de um tão grande Rei! Assim vivendo, tudo adquire grandeza e importância, até as mais pequeninas ações.


Quarto mistério:
A Via Sacra – a subida do monte Calvário (Lc 23,26‑32; Jo 19,17‑18).

  • Ninguém entra no paraíso sem ter percorrido a vida da cruz. Muitos gostariam de seguir Jesus até o Monte Tabor. Poucos, no entanto, aceitam seu Calvário! A cruz, que cada um está chamado a levar, tem o objetivo de moderar nosso desejo das coisas do mundo.
  • Porquanto Jesus carregou a cruz por nós, é justo e dever de amor que cada um de nós leve a própria cruz.
  • Trabalho e sofrimento são as melhores provas do amor.
  • Ama o bom Jesus. Secarás assim seu suor e suas lágrimas, ajudá-lo-ás a levar a cruz, acompanhá-lo-ás como Nossa Senhora o acompanhou, e não mais terás coragem de abandoná-lo.

Quinto mistério:
A agonia e a morte de Jesus na Cruz (Lc 23,33-34.44-46; Jo 19,26-30).

  • A Cruz apresenta ao cristão um compêndio perfeito da moral evangélica.
  • Ninguém tem maior amor do que o que dá a vida pela pessoa amada. Jesus deu a vida por ti. Ele te ama, e quanto te ama! Ora, se amor com amor se paga, ama-o, ama-o de verdade.
  • O pensamento da morte está para a vida como o leme para o navio. Graças ao leme, a nave evita os escolhos e chega ao porto. Graças ao pensamento da morte, o homem evita o pecado e alcança a salvação definitiva.
  • Todos nós, sem exceção, devemos referir-nos a Jesus Cristo. Ele é a pedra fundamental a unir o antigo e o novo Testamento. Ele morre na cruz com os braços abertos para recolher em uma das mãos a Lei antiga e na outra a lei nova da Graça.
  • Porque conheces o valor da santa Cruz, abraça-a e leva-a com alegria, seguindo as pegadas de Jesus, Filho e Mestre.


Mistérios de luz (Quinta-feira), (estes não trazem comentários de Claret)

Primeiro mistério:
Batismo de Jesus no Jordão (Mt 3, 13-17; Mc 1, 9-11)

  • Enquanto Cristo desce à água do rio Jordão para ser batizado, como inocente que se faz pecador por nós, o céu se abre, o Pai o proclama Filho Bem-amado, e o Espírito Santo lhe confere a missão de Redentor da humanidade, para a qual foi gerado.

Segundo mistério:
Jesus faz seu primeiro milagre nas Bodas de Caná (Jo 2, 1-11)

  • O primeiro “sinal” ou milagre de Jesus acontece em Caná, quando Cristo Jesus, transformando a água em vinho, abre à fé o coração dos discípulos, graças à intervenção de Maria, a primeira que acreditou.

Terceiro mistério:
Jesus proclama o Reino de Deus e convida à conversão (Mt 5, 6, 7, 13; Jo 6, 22-71; 14-17)

  • A intensa pregação e os ensinamentos de Jesus anunciam a chegada do Reino de Deus e o tempo da divina Graça e da Misericórdia, que Ele prosseguirá exercendo enquanto o mundo existir, especialmente através do Sacramento da Reconciliação confiado à sua Igreja.


Quarto mistério:

Transfiguração de Jesus (Mt 17, 1-13; Mc 1, 12)

  • A Transfiguração representa o Mistério de Luz por excelência. A glória da Divindade transparece no rosto de Jesus. Os apóstolos extasiados ouvem a voz do Pai: “Este é meu Filho amado. Escutai-O”. Prepara os discípulos para o momento doloroso da Paixão, a fim de conseguirem viver transfigurados pelo Espírito Santo e chegarem um dia à glória da Ressurreição.

Quinto mistério:
Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio (Mc 14, 22-25; Lc 22, 15-20)

  • Na Eucaristia, testemunho emocionante do mais profundo amor, Jesus se oferece em sacrifício por nós ao eterno Pai e, se faz nosso alimento, doando-nos o seu Corpo e o seu Sangue, ocultos sob os sinais do pão e do vinho.


Mistérios de glória (Quarta-feira e domingo)

Primeiro mistério:
A ressurreição do Senhor Jesus (Jo 20,1-10; Mc 16,9-14).

  • Jesus abandona o sudário e o sepulcro e ressuscita glorioso e triunfante. Ressuscitado já não morre mais. Que alegria! Quanta felicidade!
  • Que alegria não sentiu Jesus ressuscitado, quando conheceu, na redenção do gênero humano, a recompensa de sua obediência ao Pai!
  • Todos nós somos chamados a empreender e percorrer o caminho que conduz à glória da ressurreição. É o caminho que o próprio Deus nos apontou: é o caminho do amor.
  • Quem mais tiver sofrido por causa da justiça – isto é, da fidelidade a Deus e da religião – melhor conhecerá quão generoso é Nosso Senhor. A luz de Deus resplandecerá pelos séculos eternos.
  • Na imensidade da divina luz nós veremos a Deus e O amaremos de todo o coração. Nossos desejos serão plenamente satisfeitos porque seremos eternamente felizes, plenamente livres de todo sofrimento e de toda dor.

Segundo mistério:
A ascensão do Senhor aos céus (Heb 1,6-11).

  • És peregrino, um simples viandante, aqui na terra. Certamente desejas que tua viagem se conclua na pátria feliz. Não foste criado para a terra mas para o céu, tua verdadeira pátria.
  • Só Jesus Cristo, só seu mistério, pode resolver os problemas humanos, seus dramas intelectuais, morais e sociais, assim como o curso total da história. Jesus é o nosso caminho; não só o caminho; Ele é a verdade e a vida.
  • Cristo Jesus nos remiu e santificou. Ele também nos glorificará, se tivermos força para seguir seu caminho.
  • Jesus nos é proposto a nós, peregrinos na fé, como modelo do amor a Deus e ao próximo e nos espera com o prêmio, no final de nossa caminhada.

Terceiro mistério:
A vinda do Espírito Santo (Jo 20, 19-23; Heb 1,13-14; 2,1-4).

  • É atribuída especialmente ao divino Espírito Santo, Espírito de amor, a santificação dos seres humanos. Invoquemo-lo com grande afeto e intimidade.
  • Com o fogo de seu amor, o Espírito Santo purifica e consome quanto de impuro e manchado houver em cada um de nós.
  • O Espírito Santo transformou simples pescadores em Apóstolos sábios e em destemidos anunciadores do Evangelho. Como alma da Igreja de Deus que é, Ele a mantém e santifica, e há de nos dar a cada um de nós conhecer e cumprir a vontade divina.

Quarto mistério:
A assunção de Maria em corpo e alma aos céus (Lc 1,46-48; Ef 4,7-13; Col 3,1-4).

  • Existe um céu ao qual convém canalizar nosso afeto e esperança.
  • Imita Maria. Sê fiel à graça. Busca a perfeição. Não desanimes. Não olhes para trás. Procure a virtude. Indizível recompensa te espera!
  • A Assunção de Maria representa um estímulo à nossa esperança de salvação. No céu teremos nosso Pai e teremos também nossa Mãe! E se Maria nos ama tanto na terra, quanto não nos amará no céu!
  • Maria é porta e é também escada para o céu. Se queremos participar da glória do Senhor, chamemos diante dessa porta e subamos pela escada que Deus nos deu.
  • A graça leva Nossa Senhora deste mundo ao céu. Por ela descem do céu os favores divinos e por ela chegam ao céu os nossos pedidos.

Quinto mistério:
A coroação de Maria como rainha do universo (Ap 12,1-5.9-10; Lc 1,46-49).

  • A felicidade está só em Deus. Quem deseja buscá-la é necessário que a busque em Deus.
  • A humildade, a obediência, o amor, todas as virtudes, mereceram tanta glória para Maria, que a Igreja, jubilosa, pode assim cantar: A Mãe de Deus no céu está elevada acima de todos os anjos e dos santos.
  • Ao lado de Nosso Senhor Jesus Cristo está a sua e nossa Mãe, coroada rainha do universo, por vontade divina sempre atenciosa às nossas necessidades e anseios.
  • A Virgem Maria é premiada e coroada pela Santíssima Trindade, e sua maior alegria é ver todos os seus filhos, um dia, glorificados para sempre, no céu.
  • Maria é o “coração” da Igreja. Como tal, Ela recebe de maneira privilegiada a divina graça, que deseja infundir no coração de todos os fiéis.

Oremos
Nós, vossos servos, vos pedimos, Senhor, gozar sempre de saúde de alma e de corpo. Pela intercessão da gloriosa sempre Virgem Maria, livrai-nos das tentações e tristezas neste mundo e dai-nos gozar das alegrias do céu, um dia. Por Jesus Cristo, nosso Senhor.  – Amém!