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MENSAGEM DO SUPERIOR GERAL NA FESTA DE SANTO ANTÔNIO MARIA CLARET (2022)

Queridos irmãos,

Desejo-vos uma celebração da festa do nosso Fundador cheia de alegria.

Desde o XXVI Capítulo Geral, usamos a palavra 'sonho' para nos referirmos ao projeto que Deus tem para nossa Congregação nestes tempos em fidelidade ao carisma de nosso fundador. Os capítulos provinciais e as assembleias realizadas após o capítulo geral fizeram seu este “sonho” e convidaram os membros da Congregação e nossas comunidades a contemplar a si mesmos e seus apostolados na perspectiva de Deus. Também me sinto chamado a me perguntar qual seria o sonho de Deus sobre o superior geral.

Mesmo antes de a pandemia estar suficientemente controlada, a humanidade e o planeta (nossa casa comum) foram novamente atingidos pela pestilência da guerra e instabilidade política global, que expõem a fragilidade da convivência humana e nossa capacidade de resolver problemas juntos. Mais uma vez fica claro o quanto é importante que os seres humanos aprendam a caminhar juntos, discernindo sinodaticamente o sonho de Deus para o mundo.

Precisamos aprender uma arte que teve um lugar muito relevante no coração do nosso Fundador e o ajudou muito a realizar os sonhos de Deus: a arte de tecer. Claret aprendeu-a na empresa familiar (cf. Aut 31). Não era apenas uma habilidade física, mas uma arte relacional e espiritual que o ajudaria muito a viver como missionário apostólico. Claret tinha uma habilidade muito especial para criar relacionamentos cheios de graça com seus colegas, com seus superiores, com aqueles que trabalhavam com ele e com seus subordinados. Por onde passou, criou redes de relações a serviço do anúncio do Evangelho. Sabemos como cuidou do avô quando criança (cf. Aut 19), como se solidarizou com os trabalhadores do tear (cf. Aut 33-34) e como cultivou relações duradouras de amizade e companheirismo com tantas pessoas em toda sua vida.(cf. Aut. 60-61). A sua descrição da comunidade em Cuba fala-nos da rede de relações que soube criar como bispo missionário (cf. Aut 606-613). Sua autobiografia é a descrição de uma vida missionária tecida com muitas outras grandes almas, de uma rede de relações evangelizadoras em tempos muito difíceis para a Igreja tanto na Espanha quanto em Cuba.

A credibilidade de nossas vidas e a fecundidade de nossas comunidades e ministérios (globalmente, em nossos Organismos e em cada comunidade) depende muito de nossa capacidade de nos relacionarmos com Deus e uns com os outros, e como reunimos nossos talentos e recursos para levar adiante a missão encomendada. Algumas doenças que afetam hoje os evangelizadores (como o clericalismo, o individualismo e o mundanismo) têm seu antídoto no fortalecimento de nossas relações comunitárias e pastorais. Quanta vida irradia de uma comunidade missionária quando somos capazes de criar laços, acolher e valorizar os talentos dos outros, e transformar diferenças em riquezas e conflitos em momentos de crescimento! Uma das principais habilidades que devemos aprender com nosso Fundador é tecer relações que construam comunidades, equipes e conselhos missionários nos vários campos e redes pastorais que promovam "a transformação do mundo segundo o plano de Deus" (cf. QC 43 ).

Por ocasião desta festa, convido-vos a contemplar de perto esta dimensão da vida do nosso Fundador, para que juntos possamos fortalecer o tecido das nossas relações congregacionais e testemunhar o amor de Deus. Neste dia de festa façamos nossa a oração do Pe. Claret:

 

Ó meu Deus e meu Pai, que eu te conheça e te faça conhecido, que eu te ame e te faça amar, que eu te sirva e te faça servir, que eu te louve e te faça louvado por todas as criaturas.

 

Feliz festa!

 

Pe. Matthew Vattamattam, CMF

Superior Geral

24 de outubro de 2022

 

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