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VI. A Fundação da Comunidade de Campinas (1899)

 

VI.                  A fundação da Comunidade de Campinas (1899)

                 Em 1898, a Igreja do Imaculado Coração de Maria (São Paulo) já havia sido consagrada, era o momento de os Claretianos trabalharem na fundação de novas casas. Cedo as pregações missionárias dos Claretianos pediram a criação de casas e de comunidades que lhes servissem de abrigo e viabilizassem incursões mais distantes e, outrossim, regulares e constantes. Entre os dias 4 e 16 de janeiro de 1889, a Casa-missão de São Paulo recebeu o Pe. Antônio Dalmau Caldero, Padre Visitador em viagem pela América do Sul. Durante a sua estada tratou-se de nova fundação. Havia, então, convites de várias cidades, entre outras, Sorocaba, Bauru e Franca. Duas eram as cidades, àquela altura, cogitadas pelos Missionários Claretianos: Campinas e Botucatu. Correspondências encaminhadas às Dioceses responsáveis foram favoravelmente respondidas, estava aberto o caminho para a expansão. Os Missionários Claretianos mostraram preferência pela cidade de Campinas, todavia, devido à solicitação de Dom Joaquim Arcoverde, agora Arcebispo do Rio de Janeiro, decidiu-se por Botucatu.

 

É necessário observar que Dom Joaquim Arcoverde esteve à frente da Diocese de São Paulo entre os anos de 1894 e 1897 sendo, posteriormente, transferido para a Arquidiocese do Rio de Janeiro. A sede de São Paulo será vacante até a chegada, em 1899, de Dom Antônio Cândido de Alvarenga. Dom Joaquim Arcoverde, durante a sede vacante, foi o responsável pela Diocese de São Paulo, daí a sua participação no processo de criação de novas comunidades por parte dos Missionários Claretianos. Apesar da escolha, por parte de Dom Joaquim, de Botucatu, no final, a partir de visitas de Claretianos às cidades e apurada avaliação das circunstâncias a serem encontradas e daquilo que lhes era oferecido, a cidade de Campinas foi definida como a cidade que receberia a segunda Casa dos Missionários Claretianos. Entre as observações favoráveis à escolha de Campinas o Livro Tombo (1899 -1930), em notas assinadas pelo Padre Fidel Orueta, um dos integrantes da Segunda Expedição, registra o tamanho da cidade – aproximadamente 35 mil habitantes – e as linhas ferroviárias Mogiana e Paulista, que, àquela altura permitiam avançar em regiões do interior do Estado de São Paulo e de Minas Gerais. Tratava-se de escolha estratégica que permitiria aos Missionários levar a Palavra aos interiores do país. A escolha definitiva para a fundação de nova comunidade ainda tardaria, Padre Genover Carreras, Superior da Casa de São Paulo, expressava preocupação com o surto de febre amarela na cidade de Campinas e, a despeito da preferência pela cidade, procurou acompanhar os desdobramentos da doença no interior do Estado de São Paulo.

A espera demonstrou ao Superior de São Paulo que Campinas estaria em condições de receber a Comunidade Claretiana. Inaugurada solenemente no dia 24 de setembro de 1899, a nova casa exigiria grande esforço. Os Missionários receberam uma casa e capela de feições modestas e antigas. Dedicaram-se ao trabalho de ampliação e de reconstrução. Em novembro 1913, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário estava pronta, faltava decorá-la e instalar os altares; em nada lembrávamos a casa e capela originais. A Europa vivia os tempos tristes e árduos que prenunciavam uma guerra de grandes proporções, os altares, no total de seis, lavrados na Itália, segundo nos conta o Pe. Elias Leite, chegaram ao Brasil em 1914. A Igreja ganhava forma e graça pelas mãos daqueles que se empenhavam na sua construção e consagração.

A roda do tempo tornava a cidade de Campinas maior, cresciam as suas fazendas de café e, também, as suas indústrias. Crescimento que se por um lado ampliava o trabalho dos Missionários, por outro, colocou-lhes um problema. A transformação de Campinas exigia uma reformulação de seus aparelhos urbanos, isto é, avenidas e ruas. A cidade que cresceu com o café e as chaminés de fábricas, agora pedia vias urbanas maiores e melhores. Em 1938, o urbanista Prestes Maia, apresentou projeto que oferecia à cidade de Campinas uma extensa reforma urbana. Reforma, que, no final, levaria à desapropriação, em 1956, da Igreja do Rosário. As crônicas e registros Claretianos do período são desoladores, expressam a dor de uma perda que não podia ser reparada; todavia, era preciso prosseguir, era necessário construir uma nova igreja e casa. Desta forma, esforço renovado, primeira pedra lançada e abençoada, em outubro de 1965, publicou-se o decreto de criação da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, agora, no Bairro do Castelo. Os Missionários Claretianos decidiram-se pelo dia 19 de Março, dia de São José, para o estabelecimento da Paróquia que teve no Padre Artidório Aniceto de Lima o seu primeiro pároco.

 

A Comunidade de Campinas, aos 117 anos, guarda os esforços de dezenas de Missionários que ofereceram as suas vidas para mantê-la atuante e missionária em sua jornada. Hoje, 2016, a Comunidade de Campinas conta com o Pe. Fernando Garavaglia , Superior e Pároco, e, o Pe. Antônio Carlos Ribeiro Costa, Ecônomo e Vigário Paroquial. 

 

Prof. Dr. Josias Abdalla Duarte