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Sinais Proféticos no Apostolado de Claret e da Congregação

Por Gustavo ALONSO, CMF

         Não é pouco o que se escreveu, especialmente em tempos recentes, sobre a vocação profética do Padre Claret e da nossa Congregação de Missionários. Nestas linhas damos por suposto e válido o que, através de documentos oficiais da Congregação e de estudos de peritos, se vem afirmando sobre a inspiração bíblica desta vocação profética, como também da espiritualidade, do estilo de vida e da compreensão da própria missão que nos habilitam a falar do Fundador e da Congregação como portadores do ministério profético.

          O que aqui pretendemos é algo bastante circunscrito. Trata-se de compor um rápido panorama histórico com algumas atuações e fatos significativos através dos quais seja possível reconhecer o caráter profético que teve efetivamente a atividade apostólica e ministerial de Claret e dos Claretianos. A coisa ganha importância se levamos em conta que, em seu sentido mais genuíno, a profecia é palavra de Deus em um contexto, anunciada em concretas situações históricas e geográficas de uma comunidade humana, de um povo. Este é o conceito com que, em conformidade com a linguagem bíblica, se vem manejando em nossa Congregação, como por exemplo, o documento capitular de 1997: “Em Missão Profética” (EMP), nº 4. Em conseqüência, certa careação com o momento histórico é necessária para verificar a índole profética do serviço apostólico que, desde Claret até nossos dias, fazem parte do nosso passado e deveria ilustrar nosso futuro.

          Ocupemo-nos primeiro da experiência do nosso Fundador, para passar depois a alguns fatos da história ministerial da Congregação.

I. Perfil profético do ministério de Claret

          É sabido que o Padre Claret, embora tenha se inspirado muito nos profetas como inspiradores da sua vocação, nunca se deu o nome de profeta[1]. Era e queria ser reconhecido como “Missionário Apostólico”. Sua condição de profeta está, sobretudo, em sua forma de vida e, mais especificamente, no serviço da Palavra que prestou ao seu povo em uma concreta conjuntura histórica: a da metade do século XIX. Não é difícil individuar alguns traços proféticos deste serviço. É o que vamos tentar mostrar.

1. A recuperação da Palavra

          Fazendo uma referência à história da Espanha, o historiador jesuíta Bernardino Llorca transmite “a impressão de um grande caos ideológico durante todo o século XIX”[2]. Por sua vez, o Pe. García Villoslada afirmará também que a mesma “história eclesiástica da Espanha no século XIX é turva e agitada”[3]. Toda esta cena histórica se move como pano de fundo da gigantesca batalha que então travam o absolutismo do antigo regime e a revolução inspirada pela Ilustração: uma batalha que, como é sabido, não aconteceu somente nos foros do debate filosófico e político, mas também, agravada pelos problemas dinásticos, nos campos de guerra. Como não podia ser de outra maneira, dada sua vinculação histórica com o poder político, a Igreja ficou presa entre as duas frentes, despojada não só da sua autonomia, mas também dos instrumentos e dispositivos com que tinha articulado sua ação evangelizadora. Álvarez Gómez fala com exatidão de uma “destruição das estruturas de evangelização”[4], tempos que, com razão, o mesmo Padre Claret considerava “calamitosos”[5]. No panorama eclesial do momento, marcado pela preocupação em salvaguardar as posições historicamente adquiridas, só uns poucos perceberam que aquela era uma hora de mudança, de conversão.

          Neste contexto de uma igreja presa e imobilizada pela situação política (é bom fazer notar) se entende, antes de tudo, a opção repetidamente explicitada por Claret de não se intrometer em política[6]. Mas, sobretudo, e positivamente, se entende sua decisão de dedicar a vida só e exclusivamente ao ministério da Palavra[7]. Aí está sua opção profética fundamental. À maneira dos profetas do Antigo Testamento, entende que o seu ministério exige dele uma completa liberdade com respeito a todos os poderes em jogo, fiando-se só do poder de Deus e da força desarmada da sua Palavra, instrumento único e suficiente para transmitir com clareza, sem composições, o plano misericordioso de Deus para seu povo e para mudar o coração dos homens. Não é de estranhar, pois, que Claret fizesse sua a interpretação que, em 1851, fazia Donoso Cortés sobre a degradação que a palavra sofria naqueles tempos, acrescentando por sua parte a urgência de retomar com força e pelos meios possíveis o anúncio da Palavra evangélica[8], para concluir com uma reiteração do seu compromisso pessoal de dedicar-se inteiramente a seu serviço.

         Este colocar-se a serviço incondicional e exclusivo da Palavra de Deus é, por isso mesmo, o fato profético fundamental que devemos registrar na experiência do missionário Claret: uma opção que se enraíza em um contexto histórico preciso, onde ressoa para o profeta o chamado de Deus.

2. “Os necessitados e os pobres que buscam água”[9]

Traço profético do ministério apostólico de Claret é também o que poderia ser chamado sua opção popular.  Sua primordial preocupação, como também o planejamento das suas atividades, tinha algo a ver, antes de tudo, com a pregação ao povo, aos pecadores e ao povo simples dos campos e aldeias. Este foi, concretamente, o campo mais específico da sua atividade missionária.

Sem dúvida, o povo catalão continuava sendo religioso e de costumes regrados em sua grande maioria. No entanto, uma série de fatos característicos daquela passagem histórica estava desestabilizando esta realidade[10]. Deve-se pensar nas dioceses vacantes por longos períodos, no fechamento dos conventos que tinham atendido até então as necessidades de pregação popular no país, no suceder-se de várias guerras da época e nas mudanças que estavam sendo introduzidas pela revolução industrial: uma situação que, além de ser preocupante em si mesma, não podia deixar de sugerir uma leitura bastante sombria do futuro da fé daquelas comunidades.

A partir desta leitura, o núcleo da opção missionária de Claret está em ir ao encontro do povo e em dirigir-lhe diretamente a palavra. Isto acontece enquanto outros se ocupam com os problemas da Igreja em perspectiva de poder político, quando não bélico, ou se resignam a contemplar mudanças intocáveis. O tempo, a preparação e a organização que Claret dedica à sua atividade estão orientados ao povo. O material que vai elaborando, com a ajuda dos textos clássicos de missionários populares[11], como também seu esquema de trabalho (catecismo aos idosos, missões, etc.) é o mais adequado ao ritmo da vida do povo simples daqueles tempos. Seu estilo, inspirado no evangelho, será o da simplicidade e clareza, empregando aquelas formas expressivas (exemplos, comparações, etc.) que mais se acomodam a um auditório popular[12]. O material impresso que desde cedo começa a distribuir é o mais acessível ao povo, pelo seu tamanho (folhas soltas, pequenos opúsculos) e por sua apresentação (em forma dialogada, com desenhos explicativos, etc.)[13].

A “santa missão de Cuba” interferirá em Claret, ao abordar uma realidade nova, uma compreensão mais forte e completa do sujeito pastoral “povo”, com respeito ao qual não variou sua opção. Em tal sentido, não se pode deixar de notar que, em correspondência ao período cubano, Claret começa a dar lugar na Autobiografia à categoria dos “pobres” enquanto destinatários de específica atenção ministerial e de iniciativas dirigidas à defesa da sua dignidade e à sua promoção social[14], dedicar-lhes tempo, ocupar-se em instruí-los, visitá-los em suas necessidades, organizar a escola agrícola de Porto Príncipe, etc. É algo que vai continuar nos anos de Madri: aí dedicará a quarta feira de cada semana a receber os pobres[15], a quem pregará também assiduamente durante suas viagens com a corte[16]; e não só terá cuidado em não queixar-se deles[17], mas procurará ter para com eles positiva “devoção” para adiantar na perfeição[18].

Mas há, no ministério profético de Claret em Cuba, um ponto de particular importância sobre o qual se apontaram algumas sombras: é o assunto da escravidão, então fortemente arraigada na Ilha. Um fato claro, que hoje não deixa de surpreender-nos, é que Claret não chegou a fazer uma denúncia pública deste terrível flagelo. Nele pode ter incidido, por um lado, o temor a se endurecer, mormente a posição da maior parte dos Capitães Generais de turno, coniventes e efetivos defensores da situação e, por outro, o vínculo existente, segundo a interpretação de muitos europeus e nativos, entre um certo movimento antiescravista promovido desde fora e a tímida tomada de poder, ao estilo de Haiti, por parte dos habitantes de origem africana, que para meados do século equivaleria a 43% do milhão de habitantes com que contava então Cuba[19]. A situação induzia o Arcebispo a consultar o Bispo de Havana sobre a conduta a seguir[20]. Por outra parte, na ação pastoral Claret certamente não fazia distinções de nenhuma classe, defendia os direitos das pessoas de cor e, especialmente, dos escravos quanto às condições de trabalho, ao descanso, ao matrimônio, à instrução, sobretudo religiosa, e quanto ao respeito na compra da própria emancipação. Isto foi tema de importantes pronunciamentos em sua correspondência com a autoridade colonial[21]. Quando, junto com o Marquês de la Pezuela, Capitão General por pouco tempo, Claret fez pesar suas convicções antiescravistas, conhecidas de todos e apreciadas pelos mais humildes, ambos foram desprestigiados em Madri, desde onde se colocou imediatamente fim a seus intentos, ao enviar de novo o General Concha como Capitão General[22]. Aí está o que conhecemos da percepção e compromisso de Claret sobre este assunto.

3. “Fazer com outros”[23]

Juntamente com o ardente zelo, profético e apostólico, com que Claret se entrega na obra missionária não se pode deixar de dar também relevo ao discernimento, igualmente profético, que o leva à prática de iniciativas realmente viáveis na confusa conjuntura histórica do seu tempo. É sabido que, praticamente desde o começo das suas missões, Claret esteve procurando a forma de implicar a muitos outros na pregação ao povo, ou mais, na conversão dos homens.

Conhecemos não só a lista, mas também os vários esboços de estatuto de diversas associações ou Irmandades com as quais pretendeu dar corpo a esta convocatória[24]. Este material pode ser visto agora como passos preparatórios, de procura e discernimento, para o que ia ser finalmente nossa Congregação. Quando, ao referir-se à fundação do Instituto[25], o Capítulo Especial de 1967 falou de “inspiração profética” de Claret, fixou sua atenção neste fato final da fundação enquadrando-o em uma época particularmente complexa, sobre a qual traçou também alguns perfis que sem dúvida esteve na mente do Fundador. É bom sublinhar também o sentido do realmente possível que orienta Claret em sua decisão, fruto dos passos de discernimento a que se aludiu antes. A Irmandade do Coração de Maria, ideada em 1847, não vingou por causa da oposição do Arcebispo de Tarragona, ao fazer referência ao tema das “diaconisas”[26]. Embora outros pensassem de outra maneira[27], nem era viável então uma congregação religiosa, pois as leis civis não davam espaço naqueles anos. A nossa, naquela hora de concretas urgências, ia nascer simplesmente como “Instituto de Presbíteros Seculares das Missões com o título do Imaculado Coração da Bem-aventurada Virgem Maria”, como rezaria o “Decretum Laudis” outorgado pela Santa Sé em 1860[28]. E, apesar dos numerosos e qualificados candidatos que tinham estado com Claret na fase preparatória, se iniciaria de fato com um pequeno grupo de cinco sacerdotes, quase todos muito jovens e desconhecidos, sem mais recursos que umas celas do seminário, emprestadas para o verão, e a promessa de acolhê-los depois no convento das Mercês. A “grande obra” de que Claret falou no dia da fundação nascia, por isso mesmo, muito pequena e frágil, mas constituía um fato profético importante enquanto resposta possível e oportuna - segundo um discernimento que não admitia demoras - ao grande desafio que enfrentava neste momento a evangelização. Pode-se dizer que este discernimento leva a forçar a realização de um projeto que, em cálculos humanos, soava a prematuro e desproporcionado.

Proporcionalmente, algo parecido pode ser dito de outras obras que são expressões do “fazer com outros” que Claret tinha como pauta operativa em sua ação missionária. Não pretendendo fazer referência a todas elas, vale a pena mencionar pelo menos aquelas que implicam mais diretamente os leigos, sujeito evangelizador escassamente levado em consideração naqueles tempos. Em primeiro lugar a Academia de São Miguel (1859), concebida como grupo de crentes que, “reunidos em uma sociedade literária e artística, poderão dirigir seus esforços para combater os erros, propagar os bons livros, e com eles as boas doutrinas, fazendo, ao mesmo tempo, guerra ao vício, defendendo e praticando a sã moral e valendo-se, para conseguir seu objetivo, de todos os meios que aconselhem seu zelo, prudência e caridade”[29]. A organização deseja convergir para este objetivo apostólico os que aí são chamados “três hierarquias”: literários, artistas e “católicos de reconhecida piedade e zelo”.

Em segundo lugar, façamos menção, também muito sumariamente, das Bibliotecas Populares e Paroquiais que, com o opúsculo que leva este mesmo título, Claret começa a implementar em 1864[30]. Trata-se de uma obra que, como a anterior, deve ser confiada aos leigos, porque “nestes últimos tempos parece que Deus quer que os leigos participem grandemente na salvação das almas, como estamos vendo nos bons resultados que dão as Conferências de São Vicente de Paulo”[31].

Em todas estas iniciativas Claret parte de um ponto de discernimento (“nestes últimos tempos parece que Deus quer...”) que, com linguagem de hoje, chamaríamos de leitura dos sinais dos tempos. Isto faz parte do dom profético, cujo julgar é sempre sobre situações concretas e pretende conduzir concretamente o povo de Deus na realização do plano divino. Neste sentido as ações proféticas são propostas que antecedem. Certamente, Claret não foi o único que antecedeu as vias do Reino de Deus em seu tempo; mas há aspectos, como a convocatória de novos agentes evangelizadores e a visão eclesial do “fazer com outros”, onde sua obra foi particularmente significativa. Por isso mesmo, pode-se dizer que esta forma de discernir e de agir em momento oportuno fica como concreto desafio para os continuadores da missão claretiana.

II. Alguns fatos proféticos da missão dos Claretianos

Que ações ou que traços da obra apostólica dos Claretianos podemos considerar sinal profético ao longo da sua história? Que aspectos do profetismo do seu Fundador herdou e desenvolveu a Congregação? Por causa da impossibilidade de elencá-las como de conhecê-las concretamente, deixamos de lado muitas e muito significativas realizações pessoais de Claretianos e nos atemos aqui a alguns aspectos de comportamento coletivo da Congregação em sua própria ação apostólica.

1. “Sirvam-se de todos os meios possíveis”

Quando, na segunda parte das Constituições de 1865[32], Claret disse aos Missionários que, para a salvação dos homens, tinham que valer-se de todos os meios possíveis, mais que uma norma de governo estava plantando um germe de profecia, que serviria para a comunidade ao longo da sua história futura. Esta frase continua vigente no texto pós-conciliar das Constituições[33], remetendo sempre os novos questionamentos de possibilidade e oportunidade a um discernimento sempre atualizado que, em cada aqui e agora, deve dar peso profético ao nosso ministério. Assinalemos, como exemplo, alguns fatos e processos da nossa história que o confirmam.

- O ministério da Palavra dos primeiros Claretianos se limitava, mais de fato que por mandato constitucional, à pregação de missões e exercícios espirituais. Talvez pela escassez de recursos da comunidade e apesar da prática constante do Fundador e de uma recomendação das primeiras Constituições[34], os Missionários não deram atenção ao gosto de Claret, quanto à difusão de livros, opúsculos, etc. Somente depois de uma chamada de atenção deste e do seu compromisso quanto aos gastos correspondentes[35], e contando sempre com os serviços da Livraria Religiosa, que em certa medida consideravam coisa própria. O estímulo do Fundador (embora o assunto já não constasse nas Constituições de 1865) ia deixar bem radicada entre os seus a urgência de valer-se da imprensa, meio então de grande atualidade e eficácia, para o anúncio do Evangelho. Muitos Missionários, já desde os Co-fundadores, iam produzir não poucos materiais destinados diretamente ao povo, ou, aos evangelizadores do povo, especialmente sacerdotes. E, nos alvores do século XIX, a Congregação teria em Madri seu primeiro editorial, e depois começaram aparecer outros em outras latitudes[36].

Curiosamente, nem de Claret, nem dos primeiros Missionários sabemos que pretendessem empenhar-se na imprensa periódica, apesar de que alguns expoentes do catolicismo espanhol de então (por exemplo, o mesmo Balmes) tivessem recorrido decididamente a este instrumento. Talvez considerassem coberto o setor com coisas que já existiam, como a Revista Católica (1848). Será um fato em si mesmo irrelevante como o encarregar-se em Bilbao do “Boletim do Coração de Maria”, órgão da Arquiconfraria (1889), o que vai desencadear uma implicação crescente de Claretianos, antes de tudo na transformação daquele Boletim na revista El Íris de Paz, que adquiriria tanta popularidade em décadas sucessivas e logo depois do nascimento de publicações periódicas em quase todos os países onde a Congregação foi se estabelecendo. Por longos anos circularam muitas destas publicações, marcadas com um cunho popular e reconhecíveis por sua preocupação formativa da fé, por sua informação crítica, por seu perfil missionário e mariano, com uma não indiferente carga devocional. Logo depois vieram publicações de caráter científico, que são realmente as que perduraram em maior número. Das mais populares somente subsistiram com certo vigor umas poucas (Ave Maria, de São Paulo, USCatholic, de Chicago). Tudo parece indicar que foi sentido profético o que levou os Claretianos a um compromisso forte neste campo na primeira metade do século XX através destas formas de comunicação de massa. Só nos resta perguntar-nos sobre o que aconteceu, ou o que aconteceu conosco depois..., já que perdemos terreno neste campo e é fraca nossa presença nos novos e maravilhosos circuitos da grande comunicação.

- Com relação à nossa presença no campo paroquial às vezes se ouve dizer: nosso Fundador e seus companheiros trocaram as paróquias pela itinerância missionária, nós deixamos a itinerância missionária pelas paróquias... No entanto, atendo-nos ao processo histórico, é honesto verificar que as coisas tiveram um curso - pelo menos inicial - bastante mais legítimo do que a frase possa fazer pensar, partindo precisamente do missionário “valham-se de todos os meios a seu alcance”. Quando os Claretianos assumiram as primeiras paróquias (Andacollo, Chile, 1900; San Antônio, Estados Unidos, 1902)[37] fizeram um escrupuloso discernimento diante de uma situação nova, quer pelas condições do território, quer também pelas necessidades de evangelização, tanto pelas características e possibilidades da igreja local como pelas margens de atuação e de eficácia que ali ficavam aos instrumentos missionários de costume. Entenderam, com intuição profética, que o importante era a obra missionária que se devia realizar e que os meios ou estruturas deviam ser os possíveis e oportunos naquela conjuntura, muito diferente da realidade vivida no contexto catalão ou espanhol de décadas anteriores. Daquelas decisões congregacionais, no entanto, não é lícito deduzir que, a partir de então, toda paróquia seja campo apropriado para nós; ensinam-nos simplesmente, que nem toda realidade paroquial não é apropriada e que, conforme sejam as exigências evangelizadoras de um determinado contexto, a paróquia, como qualquer outro instrumento pastoral, pode chegar a ser uma opção válida dentro do nosso projeto missionário. O “aqui e agora” era certamente diferente do que teve que estar nosso Fundador; por isso, não deve surpreender-nos que as decisões tomadas pelos Claretianos foram, no começo do século XX, distintas das que Claret tomou em seu momento.

É bom recordar algo que aconteceu ainda em vida o Claret e que pode ser um antecedente pertinente ao tema das paróquias. Sabemos da inicial oposição do Fundador e de seus Missionários quanto ao encarregarem-se do templo das Mercês, ao lado do qual viviam em Vic, em razão de que podia ser um obstáculo à itinerância. Em 1863, tanto Claret como Xifré estarão de acordo em aceitar este compromisso pelos benefícios que traria ao ministério da comunidade[38]. A partir daí, a mesma idéia de “casa missão” que o Padre Xifré levaria para as futuras fundações, como, as da América Latina, iria incluir a exigência de um templo ou capela junto à casa dos Missionários[39]. E, de fato, estes templos se tornariam centros de cultivo intenso da Palavra de Deus, da catequese nos seus diferentes níveis, de direção espiritual e vida sacramental, de associações para a piedade, o apostolado e a ajuda mútua entre os fiéis.

O discernimento que a Congregação vinha fazendo sobre o tema dos apostolados só seria tematizado na época pós-conciliar e incorporado nas Constituições, onde, prescindindo de enumerações, só se falaria de “todos os meios possíveis”, discernidos continuamente desde o “mais urgente, oportuno e eficaz”[40], que determina opções e sujeitos preferenciais da missão.

- A história da nossa entrada no campo educativo nos leva também a constatar que foi um discernimento profético o que levou os Claretianos a este campo de trabalho, em uma determinada época e geografia, embora não respondesse à praxe missionária dos inícios e encontrasse dúvidas e pouco entusiasmo entre os nossos por muito tempo. Este discernimento profético o fez o mesmo Fundador na que Jesús Álvarez Gómez denomina “Carta institucional”, dirigida por Claret ao Padre Xifré ao cumprir a Congregação seus vinte anos de fundação[41]. O contexto em que o Fundador se situa nesta carta é o da revolução de 1868 e as circunstâncias que esta trará. Com isto -podemos interpretar- está fazendo referência ao progressivo secularismo que afetava todos os âmbitos da vida social. “Atualmente”, dirá que a obra educativa dos Irmãos das Escolas Cristãs, “é a que faz mais bem à Igreja e da que mais se deve esperar”. E, por outro lado, dará razão a esta nova tarefa com uma referência ao primeiro dos meios que então apontavam nossas Constituições: “catequizar as crianças, os pobres e os ignorantes segundo suas necessidades”[42].

Unida a algumas dificuldades externas, de ordem legal, a escassa disposição dos mesmos Missionários não facilitaria inicialmente a implementação desta opção apostólica. No entanto, logo depois da decidida ação do Padre Xifré, o impulso do Fundador ia produzir seu efeito e se começariam a organizar alguns colégios (Toluca e Segóvia, 1884). Depois, pelo menos em contexto latino-americano, já desde o começo do século XX os Missionários procederiam com maior liberdade e decisão a abrirem escolas tanto para crianças pobres, como noturnas e gratuitas para operários. A partir do sério compromisso com que se foi entrando neste campo apostólico apareceria depois -resposta também ao desafio de uma época- a profissionalização do nosso serviço educativo: um fato que afetou fortemente uma grande geração de Claretianos.

Em tempos mais recentes, este serviço teve que ir abordando problemas da mesma cultura que em outros tempos podia parecer um patrimônio sabido e resguardado. Por isso, atenta a este desafio, a escola claretiana teve que atualizar o próprio ideário com a leitura cristã das demandas que surgem de valores como a socialização, o pluralismo, os direitos humanos, a salvaguarda da criação, etc.

3. “Meu espírito é para todo o mundo”[43]

Uma das coisas mais claras do projeto claretiano de missão, já desde os primeiros momentos, foi seu sentido de universalidade. Com fórmula taxativa, as Constituições elaboradas por Claret incluíram como terceira cláusula da finalidade da Congregação “a salvação de todos os habitantes do mundo”[44]. Com isto o Fundador nos contagiava com sua própria vivência. O ambicioso da fórmula faz pensar, também aqui, sobretudo em um angustiante enunciado profético. Não poderemos tirar nunca de diante dos olhos a interpelação deste horizonte, proposta de encruzilhadas que demandam constante discernimento e novas ações.

- A primeira experiência missionária da Congregação voltou-se para a chamada missão interna, em ordem à revitalização da vida cristã nas paróquias. No entanto, não tardaria em explicitar-se, apesar da pequenez do grupo, a perspectiva da “missio ad gentes”, certamente incluída no projeto de Claret. Já em 1863, Claret e Xifré tramitariam a agregação do Instituto ao dicastério romano de Propaganda Fide: coisa que não ia merecer então a atenção da cúria[45]. Logo depois (1869) viriam as duas importantes saídas missionárias para Argel (para o serviço da migração espanhola) e para o Chile (para a missão popular).

A primeira missão entre infiéis, como então se dizia, ia se concretizar na África Equatorial com a aceitação, em 1883, da Prefeitura Apostólica constituída nos territórios da Guiné Espanhola (hoje Guiné Equatorial). Não é o caso de apontar aqui o significado e as implicações desta decisão desde o ponto de vista do governo do Instituto, que levava à maturidade antigas aspirações. Vale a pena, no entanto, recordar como realidade de maior conteúdo profético o fenômeno, que Jesús Alvarez Gómez qualifica como “verdadeira loucura missionária”[46], que se deu então sobretudo entre os membros mais jovens da Congregação, que em grande número se ofereciam para esta missão. O mesmo Padre Xifré se sentiu no dever de frear estes impulsos “como atos pouco ajustados ao voto de obediência”... À distância, hoje se pode dizer que aquelas eram vozes proféticas chamadas a iluminar um caminho de futuro para aquela Congregação que começava a crescer aceleradamente.

Nesta perspectiva, não pode deixar de impressionar, a partir daquelas datas e até à metade do século XX, o contínuo zarpar de contingentes de missionários, muito numerosos às vezes, para terras de além-mar, África e América, sobretudo. Valeria a pena poder dispor de estatísticas fidedignas deste movimento missionário.

Por outra parte, como expressão desta mesma generosidade dos enviados, pode-se registrar a vontade de inculturação que os levava a acomodar-se às novas condições de vida, a interessar-se pelas características raciais e culturais dos povos, ao aprendizado das línguas, etc. Tanto na África como na América iam ser produzidos interessantes estudos etnográficos e lingüísticos.

Sempre diante da inculturação, chegaria também, embora com um atraso difícil de se explicar hoje, o sinal profético das vocações nativas dos países chamados de além-mar. Tinham passado cinqüenta anos de serviço na América Latina quando o Padre Geral Martin Alsina dispôs finalmente, em 1921, a abertura de seminários menores claretianos nos diversos países da “Vinha Jovem”. Até então isto não tinha entrado em nosso projeto missionário... A partir daí, como por instinto, a Congregação iria tomando consciência de que também o carisma, graça vocacional, tinha de plantar-se nas mais diversas culturas. Aquele foi um passo decisivo para uma Congregação realmente universal.

A Congregação adquiriu logo uma experiência multicultural que hoje lhe permite assumir com maturidade e sentido de missão variadas presenças e linguagens para o anúncio evangélico conforme os continentes e raças.E vai ficando experiente em povos e em humanidade.

- Nossa missão foi tecendo sua universalidade com o fio condutor do popular. Importante fidelidade ao estilo de Claret, tanto antes como depois do Vaticano II. Neste final de milênio, a Congregação sentiu, com a mesma consciência missionária da Igreja, a necessidade de “instaurar um novo ciclo evangelizador, de vasto alcance e de presença viva nas distintas culturas”[47]. Uma espécie de novo início, no qual se dispôs a entrar motivados pelo mesmo mandato de Jesus quando, em Nazaré, dava começo a seu ministério proclamando a Boa Nova aos últimos (cf. Lc 4, 18-19)[48]. Talvez o fato mais significativo (profético) da vida e atividade dos Claretianos nesta época esteja sendo sua opção pelos pobres[49], mais além das limitações que possa apresentar. Longe de ser negação da universalidade do objectum Congretationis, se entende como a via mais conducente à sua realização. De fato, nestas últimas décadas é o que tem estado sustentando a saída dos Claretianos para as esquecidas periferias do mundo: periferias geográficas, em países marcados pela pobreza; periferias por exclusão social, no coração mesmo dos núcleos urbanos mais avançados.

Para o mesmo missionário esta opção está comportando, não só um crescimento no pensamento crítico e uma mudança de linguagem, mas também a adoção de um estilo de vida mais radicalmente evangélico. O partilhar com os pobres o bem da Palavra desperta chaves de compreensão e de vivência satisfatória da mesma que dá sustento ao viver comunitário e, inspirando o discernir do cotidiano, gera formas sempre novas de serviço a quem mais necessita e vai alargando uma rede solidária que não reconhece fronteiras. É um fato, além disso, que nesta frágua vai sendo acrisolada a fé de muitos, ao ponto de martírio.

4. “Uma marca peculiar”[50]

O documento capitular de 1997 diz que nosso estilo profético recebe uma marca peculiar do Coração de Maria. Que quer dizer isto?

Partamos do fato de que o mistério de Maria, do seu Coração, não é para nós um simples objeto de devoção, só para cultivar-nos e para difundir entre o povo. Nem precisamos nos deter a falar aqui de nossa espiritualidade, também profética, na qual não pode faltar este selo mariano.

O Coração de Maria, desde a experiência do Fundador, dá ao nosso serviço missionário da Palavra a marca da misericórdia: “ensina-nos que, sem coração, sem ternura, sem amor, não há profecia crível”[51]. Por aí se diz que em nossas obras apostólicas pode faltar prestígio, altura teológica, poder, força econômica, organização, etc., mas não podem faltar a misericórdia, o amor, a ternura. O vigor do Filho do Coração de Maria é profético na medida em que se expressa com gestos próximos, personalizados, com ouvido atento, com coração compreensivo, com palavras de consolo, de estímulo, de orientação e de solidariedade. Sem esta cordialidade não se chega a compreender o perfil profético do nosso dom vocacional.

Este é um dom para esta hora da humanidade, chorada pela indigência, solidão, exclusões... É uma graça que, segundo a mente de Claret, não só deve informar o Missionário da Congregação, mas também deve convocar um verdadeiro exército apostólico[52] cuja força não seja outra que a cordialidade aprendida de Maria. É sabido que em nosso Fundador o falar de Maria tem sempre uma projeção apostólica, inerente à função materna. A Congregação recebeu com alegria este patrimônio, que com relação ao qual em determinados momentos ficamos um pouco desorientados, seja por redução ao cultural, seja também por escasso fervor apostólico. Os Capítulos do período pós-conciliar[53] nos impeliram a revitalizar o perfil genuíno deste dom carismático para que produza, neste tempo de dolorosa expectativa, frutos de esperança, de conversão e de vida nova.

***

Este pedaço da nossa história não podia, nem pretendia, ser exaustivo. Talvez possa provocar uma aproximação de outras paisagens desta mesma história, talvez mais importantes que os aqui enfocados, para um aprofundamento do tema do nosso ministério profético. Em todo caso, espero que tenha ficado evidente a experiência que nossos irmãos viveram no exercício profético intimamente vinculado à nossa condição de missionários, servidores da Palavra. É uma experiência que, também com seus limites de provisoriedade, percorre o caminho dos antigos profetas do antigo e do novo Testamento. Serve-nos para tomar mais consciência de que também nossa pregação tem algo a ver com tempos e lugares concretos, dos quais não podemos nos abstrair. E, por outra parte, coloca-nos diante dos olhos, juntamente com o relevo dos sinais dos tempos, a necessidade do discernimento do que estes sinais, em seu suceder histórico, nos vão dizendo sobre o plano de Deus. Nesta caminhada nos compromete e nos sustenta o carisma herdado do Padre Claret.

 


[1]Cf. Aut. 114-119 y 214-220.

[2]Cf. Nova visão da história do Cristianismo (2 vols.), ed. Labor, 1956, vol. 1°, p. 304.

[3]Cf. LLORCA - G. VILLOSLADA - LETURIA - MONTALBÁN, S.I., História da Igreja Católica (4 vols.), ed. BAC, Madri 1953, vol. 4°, p. 572.

[4]Cf. Missionários Claretianos (2 vols.), ed. Publicações Claretianas, Madri, vol. 1.° Retorno às origens (1993), p. 62 ss. A leitura do extenso primeiro capítulo desta obra (pp. 39-77), intitulado “O tempo do Padre Claret”, pode ser de grande utilidade ao leitor para contextualizar o ministério deste no complexo cenário de sua época.

[5]Cf. Aut. 292.

[6]Cf. Aut. 291, 458, 629, 854, 864.

[7]Cf. ib. 112, 193, 199-213.

[8]Cf. ib. 449-452. As edições recentes da Autobiografia identificam aí em nota o texto de Donoso Cortés que o P. Claret transcreveu e fez próprio.

[9]Is 41, 17: texto citado e glosado por Claret em Aut. 118. Este mesmo fragmento do profeta Isaías seria marcado por Claret, sempre com sentido vocacional, em diversas circunstâncias de sua vida. Ver em Escritos autobiográficos (EA), ed. BAC (Madri 1981) pp. 417 y 428.

[10]Em sua Autobiografia, n. 198, Claret fala em geral de alguns povoados daquelas comarcas que “eram muito maus e estavam desmoralizados”.

[11]Cf. Aut. 300.

[12]Cf. ib 297. Ver também a Carta ao Missionário Teófilo, em Escritos Espirituais (EE), ed. BAC, Madri 1985 (a cargo de J. BERMEJO), pp. 360-361.

[13]Cf. Aut. 310-322.

[14]Cf. Aut. 562-572. É como se tratasse do momento em que florescem com força a ternura e a compaixão que desde criança havia sentido pelos pobres (cf. ib. 10).

[15]Cf. EA, Propósitos de 1860 (p. 557).

[16]Cf. Aut. 704.

[17]Cf. EA, Propósitos de 1861 (p. 562).

[18]Cf. EA, Propósitos de 1860 (p. 557) y de 1862 (p. 565).

[19]Em um informe de 1854, dirigido ao Marquês de la Pezuela, Capitão Geral, Claret acha que, por diversos fatores, vai diminuindo o número de escravos. Ver em J. M. GIL, Epistolário Claretiano (EC) (3 vols.), ed. Coculsa, Madri 1970, vol. 1°, p. 954.

[20]Ver a carta ao bispo Fleix y Solans en EC, vol.  1°, pp. 776-777.

[21]Algumas peças desta correspondência oficial de Claret com os Capitães Gerais podem ver-se em EC, vol. 1 °, pp. 549-552, 571-576, 632-634, 755-757, 803-806, 939-956.

[22]Sobre o tema pode ser visto o historiador cubano R. LEBROC MARTÍNEZ, Santo Antônio Maria Claret, Arcebispo missionário de Cuba, Madri 1992 (602 págs.), pp. 539-548. Também J. M. LOZANO, Uma vida a serviço do Evangelho, ed. Claret, Barcelona 1985 (608 págs.), pp. 263-266. Pode ilustrar a atitude pastoral de Claret o Ponto XIX de sua Carta Pastoral ao povo (1853), em Escritos pastorais (EP), ed. BAC (a cargo de J. M. VIÑAS e J. BERMEJO), Madri 1997 (686 págs.) pp. 277-284. É também de interesse uma carta de Claret ao Pe. Estêvão Sala (EC, vol. 1 °, pp. 704-707).

[23]Carta ao Núncio Apostólico (12 agosto 1849), em EC, vol. 1 °, p. 305.

[24]Cf. J. ÁLVAREZ GÓMEZ, Missionários Claretianos, vol. 1 °, pp. 165-182. Também J. M. LOZANO, Santo Antônio M. Claret: Constituições e textos sobre a Congregação de Missionários (CCTT), ed. Claret, Barcelona 1972 (705 págs.), pp. 11 ss.

[25]Cf. XVII Capítulo Geral CMF, Documentos Capitulares, Madri 1968: Documento sobre o Carisma (DC), n. 5; Documento sobre o Patrimônio espiritual (PE), nn. 1, 3 y 5.

[26]Cf. J. ÁLVAREZ GÓMEZ, o. c., pp. 224-225. Ver a Breve Relação das Constituições desta Irmandade em EE, pp. 323-328.

[27]Cf. J. ÁLVAREZ GÓMEZ, o. c., pp. 196-197.

[28]Cf. C. FERNÁNDEZ, A Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, ed. Coculsa, Madri 1967, p. 510.

[29]Cf. Regulamento da Academia de São Miguel (publicado por Claret em 1859), en EE, p. 331.

[30]Ver en EP, pp. 443-450.

[31]Cf. ib., p. 449.

[32]Cf. cap. 16, n. 63. Ver em J. M. LOZANO, CCTT p. 521.

[33]Cf. Constituições de 1988, nn. 6 y 48.

[34]Cf. n 91: em J. M. LOZANO, CCTT p. 233.

[35]Podem ver cartas de Claret a Xifré, entre os anos 1863 y 64, en EC, vol. 2.°, pp. 637, 722, 828.

[36]Cf. J. ÁLVAREZ GÓMEZ, o. c., vol. 2.°, pp. 434 ss.

[37]Cf. C. FERNÁNDEZ, Compêndio histórico da Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria (2 vols.), Madri 1967, vol. 2°, pp. 415-421 y 605-609.

[38]Ver carta de Claret a Xifré, 1° maio 1863, em EC, vol. 2°, p. 652.

[39]A este critério do Pe. Xifré faz referência o livro doméstico “Memória inconclusa” da comunidade de Buenos Aires pp. 3-4, ao falar dos passos prévios àquela fundação. 

[40]Cf. Constituições de 1988, n. 48. Ver também XVII Capítulo Geral, DC nn. 12 y 24, e XIX Capítulo Geral, A Missão do Claretiano Hoje (MCH), nn. 160-166.

[41]Carta datada em Roma em 16 de julho de 1869: ver em EC, vol. 2.°, pp. 1405-1408. Sobre o tema ver J. ÁLVAREZ GÓMEZ, o. c., vol. 1.°, pp. 297-305, e vol. 2.°, pp. 285-292.

[42]Constituições de 1865, segunda parte, n. 63.

[43]Carta de Claret ao Núncio Apostólico, 12 agosto 1849, em EC, vol. 1.°, pp. 304-306.

[44]Ver em CCTT, pp. 169 y 359 (primeiras e segundas Constituições respectivamente).

[45]Cf. J. ÁLVAREZ GÓMEZ, o. c., vol. 2.°, pp. 323 ss.

[46]Cf. o. c. vol. 2.°, p. 340.

[47]Cf. XXI Capítulo Geral (1991),Servidores da Palavra, n. 4.2.

[48]Cf. EMP, pp. 9, 11, 29 y 53.

[49]Cf. MCH, nn. 173-176 y 183-184.

[50]Cf. EMP, n. 20.

[51]Cf. EMP, ib.

[52]Cf. Os Clérigos Seculares que vivem em comunidade, em EE, 316-320.

[53]Ver, por exemplo, DC, nn. 17-19; MCH, nn. 150-151, SP, n. 15.