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Claretianos Brasil

Necrologium Claretianum

Irmão José Canudas y Clotet

24/03/1957 (73 anos)

São Paulo, SP, Brasil

São Paulo, SP, Brasil

Ir. JOSÉ CANUDAS Y CLOTET (1957)

 

Nascimento: 05 de abril de 1882

Localidade: Palmerola (Gerona) Diocese de Solsona

Pais: Sr. José e Sra. Rosa

Profissão Religiosa: 24 de agosto de 1901

Enviado: 6ª Expedição, em 18 de dezembro de 1904

Falecimento: 24  de março de 1957, em São Paulo, 73 anos

 

O Ir. José Canudas nasceu em Palmarola, Província de Gerona, Diocese de Solsona no dia 5 de abril de 1882. Perto de Palmarola estão dois Santuários de Nossa Senhora, de Núria e Bell-munt. O Santo Padre Fundador pregou na Paróquia de Montesquieu, onde o Pe. José Xifré foi Pároco e que fica nesta região. Foi, pois, o Ir. Canudas de uma região e de um lar de profundas tradições cristãs.

Dois de seus irmãos foram sacerdotes, uma irmã, religiosa e um sobrinho professou em nossa Congregação. Em decorrência disso, era muito natural, que um dia, ouvisse e seguisse fielmente a voz do Mestre, que o chamava a uma vida mais perfeita, na Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, tão conhecida nas terras catalãs. Seria religioso na qualidade de Irmão Missionário.

No dia 24 de agosto de 1901 professou perpetuamente, entregando-se ao serviço de Deus e do Imaculado Coração de Maria. E começou-a neste dia, prosseguindo-a até o fim, numa vida generosa toda dedicada à Congregação, à santificação própria e à salvação das almas. Chegou com destino ao Brasil, na 6ª Expedição de Missionários, aos 18 de dezembro de 1904 e estabeleceu-se na Casa de São Paulo onde permaneceu até a morte, desempenhando, por quarenta anos o cargo de porteiro.

Resplandecia nele a calma, tranqüilidade, trabalho laborioso incessante dentro do sentido de apostolado. No seu ofício todos o viam de lá para cá, preenchendo os seus minutinhos livres com a confecção de terços, que eram oferecidos à nossa Livraria Ave Maria por preço modesto. O lucro era enviado mensalmente para Roma, como auxílio à construção do Templo Votivo Internacional do Imaculado Coração de Maria.

Auxiliava igualmente, de boa vontade, o Pe. Dictino de La Parte em tudo o que se referia à Obra da Propagação da Fé.

Nos primeiros anos, antes de se lhe ser confiado o múnus de porteiro, trabalhava nas Oficinas da Revista Ave Maria na conservação e manutenção  das máquinas, como mecânico, encarregando-se da expedição das revistas e mesmo do conserto e reparação da mobília da casa. E ultimamente se encarregava de levar e trazer toda a correspondência da Comunidade e da Revista Ave Maria.

Foi notório no Ir. Canudas o espírito de pobreza no uso próprio das coisas e zelo pelos objetos do uso comum. Também era de grande desprendimento das coisas do mundo e singela humildade. Sua piedade era visível na suplência dos atos de comunidade, na recitação do terço em particular, leitura espiritual devido o seu ofício de porteiro, que nem sempre o permitia fazer os atos de comunidade. Aos domingos e dias santos ouvia a Santa Missa com fervor e rezava o Ofício Parvo de N. Sra. como é de praxe.

Essa piedade e todo este conjunto de virtudes eram habituais no espírito do Ir. Canudas. Isto foi verificado, quando Deus permitiu que uma doença grave o comprovasse. Insuficiência sanguínea esclerosou-lhe uma artéria na perna esquerda, eclodindo numa contumaz gangrena, que o levou à amputação do membro enfermo, em 8 de fevereiro de 1957, na Santa Casa de São Paulo.

A amputação foi feliz, não obstante apareceu-lhe grande insuficiência cardíaca, que não se refez.. Veio-lhe, ao mesmo tempo, um acesso de tosse que muito o incomodou. Assim ficou internado na Santa Casa. Suportou as dores e o tratamento médico com muita paciência. Nada, porém, alterou sua virtude sólida edificada no amor de Deus. Até os últimos momentos conservou sempre sua calma e tranqüilidade, agradecendo as visitas que lhe faziam. Os Padres e os Irmãos da Comunidade de São Paulo visitavam-no freqüentemente e passavam as noites com ele na Santa Casa. Sempre se mostrava agradecido por tudo.

Finalmente, com 75 anos, após uma vida de piedade e uma pregação contínua, pelo exemplo, paciência e laboriosidade e, sobretudo, durante a dolorosa enfermidade, coroou sua vida com uma morte santa nos braços da Congregação e do Imaculado Coração de Maria!

Até 10 minutos antes de sua morte, conservou plena lucidez e inteligência, repetindo jaculatórias e comunicando-se com os presentes. Faleceu na Santa Casa de São Paulo, assistido por Dom José Matos, então Superior seu, rezando as orações litúrgicas e administrando-lhe o Santo Viático e a Unção dos Enfermos.

                   Naquela mesma noite seu corpo foi levado para casa e lá velado. Celebrou-se missa por sua intenção, sendo transferida para o dia seguinte a Missa Exequial Solene impedida pela festa da Anunciação de Nossa Senhora. A Missa de 7º Dia foi celebrada por Dom Geraldo Fernandes, Bispo de Londrina. Seu enterro realizado no dia 25 de março foi realizado com representação significativa e seleta de amigos e associados do nosso Santuário em homenagem e preito de estima ao saudoso Ir. Canudas, que durante mais de 40 anos, foi visto à porta da Casa de São Paulo, atendendo diária e cordialmente a todos, contagiando as almas com o fulgor cotidiano de suas virtudes.

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