Missionários
Claretianos Brasil

Necrologium Claretianum

Padre José Maria Marti

01/05/1951 (62 anos)

Salvador, BA, Brasil

Salvador, BA, Brasil

Pe. JOSÉ MARIA MARTI (1951) 

Nascimento: 26 de março de 1889

Localidade: Vic (Barcelona) Diocese de Vic

Pais: Sr. Jacinto e Sra. Maria das Dores

Profissão Religiosa: 15 de agosto de 1906

Ordenação: 21 de junho de 1914

Enviado: 24ª Expedição em 07 de agosto de 1915

Falecimento: 01 de maio de 1951, Salvador-BA, com 62 anos 

Em Vic, cidade levítica da Catalunha, berço da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, veio à luz deste mundo, no dia 26 de março de 1889, o Pe. José Maria Marti.

Já nos primórdios de sua vida, o menino José Maria demonstrou sentimentos de piedade e inclinação para o serviço de Deus no sacerdócio. Após sete anos, perdera o seu estremecido pai, Sr. Jacinto Marti Oliveira, ocasião em que esses sentimentos se manifestaram mais vivos. Entregue a uma vida de piedade e freqüentando a nossa Casa-Mãe, o Coração de Maria chamou José Maria para dentro do seu Coração.

Oportunidades propícias brindaram-se por meio das cartas fervorosas, que o seu tio materno, Pe. Raimundo Prat escrevia desde o México para a família. Um belo dia, três de seus colegas de escola partiram para o nosso Postulantado (Seminário) de Barbastro. O coração de José Maria seguiu com santa inveja a ida daqueles companheiros e um vivo desejo nasceu no seu coração de seguir as pegadas daqueles vocacionados felizardos. Admitido como pré-postulante pelo Superior Provincial, Pe. Alexandre Cepeda, que residia em Vic, lá ele cursou apenas o primeiro ano de seminário e com a alma exultando de alegria, partia dia 26 de julho de 1902 para Barbastro, onde cursou os anos de latinidade, voltando no ano de 1905 a Vic para fazer o Santo Noviciado, emitindo a sua profissão religiosa no dia 15 de agosto de 1906.

Completou a carreira eclesiástica no Colégio de Alagón, após ter feito estudos de Filosofia e Teologia na Universidade de Cervera. Ordenado sacerdote pelo Exmo. Sr. Dom João Sodevilla, Arcebispo de Saragoça, passou a  Aranda de Duero e aqui recebeu o seu primeiro destino rumo ao Brasil, embarcando na cidade de Cadiz aos 23 de julho de 1915, abicando às plagas brasileiras a 8 de agosto. Um mês após a sua chegada, foi destinado a Curitiba. Empregou dois anos no mandato espiritual das três paróquias suburbanas com as capelas rurais, e ainda tomando parte na efêmera fundação da Cidade de Palmeiras-RS.

Já curtido nas lides apostólicas, foi destinado à Bahia para a residência da Boa Viagem. Aqui, durante cinco anos trabalhou como bom soldado de Cristo, percorrendo frequentemente diversos estados nordestinos, principalmente o Estado do Piauí, em companhia do Pe. Teófilo Guinda, grande missionário de nossos sertões.

Depois desta demora no nordeste, passou para Porto Alegre, clima completamente oposto e lá demorou por espaço de 5 Anos. Foi então que os Superiores Maiores precisando de missionários de têmpera e ação para a novel Prelazia de São José de Tocantins, escolheram o Pe. José Maria para formar parte da primeira expedição de missionários, que foram desbravar aquelas desconhecidas paragens atrasadas e alheias a toda civilização.

Passados alguns meses em São José, lançou as bases da fundação de São Domingos-GO, governando-a como Superior durante 8 anos. Deu asas abertas ao seu zelo apostólico com longas caminhadas a cavalo... Noites de insônia... Calores sufocantes... Chuvas pertinazes... Rios caudalosos, perigosos e arriscados para vadear... Fome, sede, cansaço, fadigas e mil outras vicissitudes. Esta foi a vida do apóstolo Pe. José Maria, atravessando praticamente todo o Estado de Goiás.

Em outubro de 1935 foi para Pouso Alegre, seguindo seus trabalhos apostólicos em visitas pastorais, cuidando das capelas de Pouso Alegre e Ouro Fino. Foram outros sete anos e depois seguiu para Carangola. Mais três anos em Paróquia. Em 1946 tornava à Casa da Bahia, onde retomou os trabalhos das Santas Missões. Mas a sua saúde estava minada, uma pequena constipação veio avisar um desenlace terrível.

No dia 21 de abril de 1951, ao celebrar o santo sacrifício da Missa, foi atacado por uma “angina pectoris”. Caso grave constatado pelo médico. Imediatamente foi internado no Sanatório Espanhol, o melhor hospital de Salvador. Nada se poupou. Mas a sua saúde, ferida de morte, teve que capitular perante a força da doença, e no dia 1º de maio, assistindo com todos os Sacramentos, falecia o Pe. José Maria, para receber o prêmio dos grandes trabalhos, durante os 36 anos nas terras brasileiras.

Na sua fisionomia moral, destaca-se um grande amor pelas coisas da Congregação, marcada devoção a nosso Santo Fundador, esmero meticuloso na prática da Liturgia. Na sua vida missionária, encontrou algumas dificuldades inerentes à vida de comunidade, que lhe fizeram curtir dores profundas. Mas perdoava a todos com estas palavras: “Declaro e reconheço que tenho feito sofrer a meus irmãos de hábito. Peço-lhes, por amor de Deus que me perdoem, como de coração lhes perdôo qualquer sofrimento que me tenham causado. De ninguém guardo agravo, nem menor ressentimento”.

Que o bom Deus e o Imaculado Coração de Maria lhe tenham dado como prêmio dos seus esforços, o descanso eterno. R.I.P.

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